sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Um romance sobre deixar a casinha: a viagem

A 30 de janeiro de 2014 acordei pela manhã meio estremunhada, ainda cedo demais. Os amigos no dia anterior tinham-me recheado de despedidas com abraços carinho e alegria... Estava cansada e com algumas saudades. Mas ansiosa pela nova etapa: chegava o dia da minha tão esperada partida para a grande aventura na América Latina em Lima, Peru. Lá me despachei e em dois tempos estava no aeroporto de Lisboa, onde embarquei para Madrid as 13h. Um raquítico avião da fantástica AIR EUROPA, apertadinho, que mais parecia um foguete lá me transportou até Madrid. Um voo de 1hr que ainda assim me rendeu uns 40 minutos de sono... nada mau.

Chegava à etapa seguinte da jornada: 5hr no imponente aeroporto de Barajas, mas ainda assim logo que saltei fora do avião apressei-me a correr para a porta de embarque seguinte. Nunca tinha estado neste aeroporto, todas as (inúmeras) vezes que fui a Madrid foram de carro, e já me tinham dito que 1hr e pouco seria para o atravessar de ponta a ponta. E assim candidatei-me a 4hr a abobrar, entre um starbucks e um burguer king, com duty frees e candy stores pelo meio...por entre esta típica volta dos tristes, ainda tive tempo para conhecer uma senhora Boliviana, chamada Norma, farmacêutica como eu, que tinha emigrado há 6 anos para Espanha porque na Bolívia não havia trabalho. ahah e rimos em conjunto quando nos demos conta que viajávamos as duas em trabalho para a América do sul, ela de volta eu de ida. Agora é a Europa que nos manda pastar! E depois ri eu sozinha porque ela me fez tirar-lhe umas 10 fotos em várias poses no meio do aero. Com esta boa diposição vale a pena!

Chegadas as 21:30, 22 a população junto à porta de embarque nº23A adensava-se. Um povo com feições latinas marcadas, mulheres e homens baixos em geral, de pele escura, rostos redondos ou angulosos. Todos muito similares entre si, alguns turistas sobressaiam pelo meio. Roupas demasiado bling bling para o meu gosto em muitos casos e um espanhol cantado. Pareceu-me bem, 11h de avião em boa companhia!

A entrada no avião foi tumultuosa: esta sim, já uma senhora aeronave de grande porte, com uma data de passageiros apressados. Aí comecei a sentir a experiência peruana: onde puder ser, todo o pessoal se atira ao molho e fé em Deus! É nestas horas que agradeço ao pai do Céu por ser relativamente alta, ou seria esmagada eventualmente.
Nos aviões, principalmente em longo curso costumo sempre conhecer alguém. Neste em particular não aconteceu tal coisa: o meu companheiro do lado não era muito cooperante ( um rapazito peruano a jogar o seu joguinho preferido) e eu desmaiada. Caí literalmente embalada a maior parte do voo, subitamente acordando de hora a hora quando os joelhos que iam enlatados começavam a dar sinal....E assim se passou! Não me deram ceviche para jantar, mas pollo, o que já nao é mau